Que me desculpe meu querido e estimado amigo metaleiro Gilberto Puppet, mas não vamos falar de metal. Pelo contrário. Vamos mergulhar numa vertente que ele sempre se mostra, digamos, radicalmente contra.
Bom, assisti ontem mais um dos incontáveis shows do Cachorro Grande que vi no Circo Voador, e me fez pensar em várias coisas.
A primeira delas é, obviamente, no quanto eu gosto do som daqueles gaúchos. Não que vocês tenham algo a ver com isso, mas é sempre bom ver mais de uma performance de bandas que você acompanha há alguns anos.
Recaptulando um pouco, me lembro do início da década atual, quando conheci a banda. Na época Rodolfo Krieger talvez nem sonhasse em assumir o posto de baixista dos Cachorros, e a banda tinha apenas dois discos na praça.
Lembro o quanto fiquei feliz de ver um dos primeiros show deles no Rio, em agosto de 2005, tocando para meia dúzia de pessoas em uma Lona de Realengo bem vazia.
Mesmo saindo de Porto Alegre pra tocar no subúrbio do Rio, provavelmente pra ganhar quase nada, ainda assim, o caras exalavam felicidade e simpatia, além de fazer um roquenrol do caralho. Me desculpe o palavrão, mãe, mas é o rock.
Depois disso o tempo foi passando, eles continuaram batalhando, cresncendo, até que a MTV pegou no pé deles, cismou com a banda e distribuiu Cachorro em tudo quanto foi programa, etc. etc. etc. Vieram outros shows eletrizantes, ainda realtivamente vazios no mesmo Circo de ontem.
Quatro discos depois, os cinco gaúchos de Porto Alegre subiram ao palco da Lapa mais uma vez ontem para lançar "Todos os Tempos".
Pra quem viu shows de poucos pagantes, foi de impressionar ver o Circo cheio MESMO ontem!
Ver o Circo Voador cheio ontem à noite traz à tona a outra coisa que passou pela minha cabeça, e que talvez seja a coisa carro chefe desse post: o poder da Internet.
Quem se intromete, como eu, a conhecer um pouco do que vem do Sul sabe o quanto inúmeras bandas de lá alcançam um puta sucesso, mas, curiosamente, muitas vezes, sem nunca ter saído de lá. É aquele papo de que o Rio Grande de Sul é um país e blá blá blá.
Mas não deixa de ser um caso a se pensar, já que bandas lendárias (Graforréia Xilarmônica, Cascavelletes, etc.) no RS são referência pra muita gente do rock e, acreditem, nunca alcançaram sucesso astronômico como, digamos, Engenheiros do Hawaí. Tá, podem tacar pedra, mas tive de citar. Não, eu não gosto de Engenheiros. Não pelas letras, não pelo Gessinger, mas por causa do diabo. Sim, um dia eu explico.
Mas esqueçam o diabo, e voltemos aqui. É claro, os Engenheiros se encaixam em outro contexto: a época não é a mesma, a banda não é a mesma, o público não é o mesmo, e, principalmente, a indústria da música não é a mesma.
No tempo do Engenheiros as rádios faziam sucesso e alavancavam músicas e a galera comprava e consumia as músicas nas quase extintas vitrolas.
Mais de vinte anos depois do surgimento do Engenheiros, o contexto é completamente outro. Falem a verdade, mais de 90% do que vocês ouvem nunca tocou em rádio. Eu duvido que a galera que lotou o Circo em noite de chuva tenha pelo menos um dos discos do Cachorro Grande enfeitando o porta CD.
Mesmo estando acostumada, eu que sou do tempo do vinil, muitas vezes, como ontem à noite, me pego pensando em como a Internet é algo absurdamente gigante, sensacional, e fora de qualquer controle que nosso cérebro pense em ter.
É claro, não podemos negar que talvez o Cachorro Grande tenha tido bastante sorte e persistênca. Afinal, a banda foi formada em 1999 e só agora eles estão colhendo todos os frutos e álcool que o rock pode oferecer.
Sim, há que pensar em sorte, muita sorte quando inseridos em um cenário onde a cada segundo pipoca um banda nova, um novo site, um novo blog fazendo sucesso em um espaço virtual cada vez mais competitivo e cheio de talentos.
Só pra completar, o show foi um dos melhores, com direito a troca de postos na última música. Tipo baterista no vocal, guitarrista na batera, vocalista no teclado, tecladista no baixo e baixista na guitarra. Róque!
Sorte aos Cachorros e que eles continuem assim, dando seus gritinhos e pulinhos, em plena forma. Aliás, Beto Bruno, o vocalista, tá pulando mais alto e muito melhor que eu, do alto de seus quase 40 anos!
Sorte a todos os talentos que flutuam nesse universo tão "bizarro" que é a Internet.
Sorte ao Linfa, que também está briga pelo espaço ao lado de tantos outros blogs interessantes que surgem a toda hora. E pra que um dia a gente chegue lá, topo até sair do sedentarismo tendo umas aulas de pulinho com o Beto Bruno pra, um dia, desfrutar dos prazeres do róque também.
A primeira delas é, obviamente, no quanto eu gosto do som daqueles gaúchos. Não que vocês tenham algo a ver com isso, mas é sempre bom ver mais de uma performance de bandas que você acompanha há alguns anos.
Recaptulando um pouco, me lembro do início da década atual, quando conheci a banda. Na época Rodolfo Krieger talvez nem sonhasse em assumir o posto de baixista dos Cachorros, e a banda tinha apenas dois discos na praça.
Lembro o quanto fiquei feliz de ver um dos primeiros show deles no Rio, em agosto de 2005, tocando para meia dúzia de pessoas em uma Lona de Realengo bem vazia.
Mesmo saindo de Porto Alegre pra tocar no subúrbio do Rio, provavelmente pra ganhar quase nada, ainda assim, o caras exalavam felicidade e simpatia, além de fazer um roquenrol do caralho. Me desculpe o palavrão, mãe, mas é o rock.
Depois disso o tempo foi passando, eles continuaram batalhando, cresncendo, até que a MTV pegou no pé deles, cismou com a banda e distribuiu Cachorro em tudo quanto foi programa, etc. etc. etc. Vieram outros shows eletrizantes, ainda realtivamente vazios no mesmo Circo de ontem.
Quatro discos depois, os cinco gaúchos de Porto Alegre subiram ao palco da Lapa mais uma vez ontem para lançar "Todos os Tempos".
Pra quem viu shows de poucos pagantes, foi de impressionar ver o Circo cheio MESMO ontem!
Ver o Circo Voador cheio ontem à noite traz à tona a outra coisa que passou pela minha cabeça, e que talvez seja a coisa carro chefe desse post: o poder da Internet.
Quem se intromete, como eu, a conhecer um pouco do que vem do Sul sabe o quanto inúmeras bandas de lá alcançam um puta sucesso, mas, curiosamente, muitas vezes, sem nunca ter saído de lá. É aquele papo de que o Rio Grande de Sul é um país e blá blá blá.
Mas não deixa de ser um caso a se pensar, já que bandas lendárias (Graforréia Xilarmônica, Cascavelletes, etc.) no RS são referência pra muita gente do rock e, acreditem, nunca alcançaram sucesso astronômico como, digamos, Engenheiros do Hawaí. Tá, podem tacar pedra, mas tive de citar. Não, eu não gosto de Engenheiros. Não pelas letras, não pelo Gessinger, mas por causa do diabo. Sim, um dia eu explico.
Mas esqueçam o diabo, e voltemos aqui. É claro, os Engenheiros se encaixam em outro contexto: a época não é a mesma, a banda não é a mesma, o público não é o mesmo, e, principalmente, a indústria da música não é a mesma.
No tempo do Engenheiros as rádios faziam sucesso e alavancavam músicas e a galera comprava e consumia as músicas nas quase extintas vitrolas.
Mais de vinte anos depois do surgimento do Engenheiros, o contexto é completamente outro. Falem a verdade, mais de 90% do que vocês ouvem nunca tocou em rádio. Eu duvido que a galera que lotou o Circo em noite de chuva tenha pelo menos um dos discos do Cachorro Grande enfeitando o porta CD.
Mesmo estando acostumada, eu que sou do tempo do vinil, muitas vezes, como ontem à noite, me pego pensando em como a Internet é algo absurdamente gigante, sensacional, e fora de qualquer controle que nosso cérebro pense em ter.
É claro, não podemos negar que talvez o Cachorro Grande tenha tido bastante sorte e persistênca. Afinal, a banda foi formada em 1999 e só agora eles estão colhendo todos os frutos e álcool que o rock pode oferecer.
Sim, há que pensar em sorte, muita sorte quando inseridos em um cenário onde a cada segundo pipoca um banda nova, um novo site, um novo blog fazendo sucesso em um espaço virtual cada vez mais competitivo e cheio de talentos.
Só pra completar, o show foi um dos melhores, com direito a troca de postos na última música. Tipo baterista no vocal, guitarrista na batera, vocalista no teclado, tecladista no baixo e baixista na guitarra. Róque!
Sorte aos Cachorros e que eles continuem assim, dando seus gritinhos e pulinhos, em plena forma. Aliás, Beto Bruno, o vocalista, tá pulando mais alto e muito melhor que eu, do alto de seus quase 40 anos!
Sorte a todos os talentos que flutuam nesse universo tão "bizarro" que é a Internet.
Sorte ao Linfa, que também está briga pelo espaço ao lado de tantos outros blogs interessantes que surgem a toda hora. E pra que um dia a gente chegue lá, topo até sair do sedentarismo tendo umas aulas de pulinho com o Beto Bruno pra, um dia, desfrutar dos prazeres do róque também.
*foto Edgard Horacio
2 comentários:
PERALÁ! Eu não sou radicalmente contra os INDÍEgenas, acho válido e quero mais é que arraste mmultidões mesmo, como qualquer vertente roquenrrôulica. Mas escutar no meu ipod, já é outra coisa... \o/
Ainda acredito que virá algo que vai revolucionar MESMO a forma como nós "enxergamos" a música. Algo maior, mais estruturado etc. E creio que a música na internet ainda está começando a ganhar forma por aqui. Lembremos que a internet (banda larga) ainda engatinha e a inclusão da classe C/D ainda está começando (graças às lanhouses, para desespero dos teóricos). Aliás, menos de 20% da população mundial tem acesso a este meio arraclacante.
Até lá, é melhor guardarmos os Cds que temos, pois creio que eles terão o mesmo destino de cair no limbo da raridade dos LPs.
(Aliás será que já não?)
Eu costumava gostar de Cachorro Grande. Fui em dois shows deles. Mas hoje em dia, admito, não aguento mais. Mas eles são MUITO simpáticos. Eu e amigos conversamos com eles uma vez, são muito bacaninhas! Chamaria eles prum bar!
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