Não tiro a razão da direção ou de quem quer que seja, que muitos alunos abusam de sites proibidos como Orkut, sites pornográficos, msn, etc., mas vocês também têm de reconhecer o quanto algumas dessas ferramentas "proibidas" podem vir a auxiliar em trabalhos e pesquisas acadêmicas.
Eu mesma já me utilizei inúmeras vezes do Orkut pra realizar pesquisas para a faculdade e fui bem sucedida.
No semestre passado o antropólogo Hermano Vianna visitou a Universidade Estácio de Sá durante as aulas de Técnicas de Pesquisa em Jornalismo, a convite de seu amigo e excelente professor desta disciplina, Marcos Pedrosa.
Durante a palestra, Hermano Vianna fez uso de um data show pra falar sobre o site que ele estava lançando, o OverMundo. Enquanto palestrava, Hermano falou um pouco sobre o mercado de Internet atual, visitou alguns sites, nos apresentou outros, e tentou fazer uso pro próprio Orkut e do Youtube.
Ele, antropólogo renomado, com bons livros no currículo, curador do Tim Festival, lamentou bastante, diante de professores, coordenadores e alunos constrangidos, a atitude de bloqueio de uma universidade que possui um curso de jornalismo e que PRECISA e tem por OBRIGAÇÃO se comunicar.
É bom que a faculdade saiba o que acontece, e qual a opinião de pessoas influentes como ele em relação às medidas
Foi-se o tempo em que blogs eram utilizados como ferramentas bobas e meros diários virtuais.
A coisa fugiu tanto do controle, que hoje os grandes jornais adotaram o blog como importante instrumento de comunicação. E a universidade sabe bem disso.
Existem blogs interessantíssimos sobre assuntos diversos, que simplesmente não podem ser acessados dentro dos campi da Estácio. Eu mesma possuo um projeto de um blog coletivo, que trabalha com a idéia de registrar qualquer movimentação/manifestação cultural de diversas cidades brasileiras, e ele simplesmente não pode ser acessado da universidade por motivos já citados. Mas o meu blog não vem ao caso.
Eu, que pretendo trabalhar com jornalismo cultural, mais especificamente jornalismo musical, sofro maiores restrições ainda. Existe um sem número de publicações musicais em blogs.
Espero que os profissionais responsáveis pelo bloqueio reflitam sobre essa questão, e sobre o que esse tipo de atitude inteligente pode refletir na imagem da universidade vista por quem está lá fora.
*Este texto foi escrito em 21 de dezembro de 2006 e seria destinado à cúpula bloqueadora da Universidade Estácio de Sá, onde estudo. Na época, a faculdade bloqueava até blogs de grandes jornais mas, logo em seguida, uma força oculta descobriu meu e-mail de protesto e desbloqueou os blogs antes de ele ser enviado. Como jornalista que não joga nada fora, guardei o e-mail para emergências futuras. Soube esta semana que a os censores voltaram a atuar. Então, nada melhor que guardar um texto de gaveta para esses casos. Aliás, vou enviá-lo antes que a força oculta me descubra novamente.
*foto by google imagem
4 comentários:
A fonte de censura se chama DTI. São eles que cuidam da rede da Estácio.
O engraçado é que blogs de domínio .com e .com.br não estão bloqueados. Assim, eles permitem o acesso ao KibeLoco ou ao Jacaré Banguela, mas censuram os blogs jornalísticos.
Umas das tags que estão bloqueadas: blogs, games, redes de relacionamento, sites wiki. Nem a wiwpedia escapou...
Porque não bloqueiam os jornais que vendem na loja de livros dentro do campus?
Nossa, que absurdo. Que falta de noção, que atitude mais arcaica e burra.
Tem que divulgar isso sim, se quiserem que eu ajude, me mandem um documento que eu espalho para os quatro cantos do mundo!
mainajun@gmail.com
Dá-lhe! É isso mesmo!
Xinguei muito a faculdade essa semana por essa atitude IMBECIL. Sério, a diretoria da faculdade só decepciona tomando atitudes desse tipo. Espero que façam alguma coisa a esse respeito!
É, é...
Postar um comentário