Demorei uma eternidade para parí-los. Oito laudas após, ele nasceu.
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Pra quem não sabe, eu fui uma criança que cresceu debaixo dos ensinamentos evangélicos.
Praticamente toda minha família é evangélica e tem um fato bem relevante que costuma assustar muita gente que me conhece: meu pai é pastor.
Mas não é pra espantar ninguém, pois meu pai, mesmo convicto de suas crenças, é um dos pastores mais brilhantes e fundamentados sobre os assuntos Deus – Fé - Religião que já conheci em todos os anos que fiquei sob as leis de Deus.
Até 1998 eu vivia uma vida restrita a ir à igreja, sair às vezes com os pais, ir à escola perto de casa e essas coisas que crianças fazem.
Em 99, eu felizmente conquistei uma suada vaga em uma das escolas da FAETEC, e aquele mundinho que me era suficiente, de repente não era mais.
Eu, que nunca tinha pegado um ônibus sozinha na vida, tive que aprender, aos 13 anos, a ir all by myself pra São Cristóvão estudar.
E acho que me encaixei na segunda opção.
E isso durou muito mais que os três anos do Ensino Médio.
À época, até um simples livro que eu catava na prateleira vinha me ajudar a ficar mais perturbada ainda.
Um dos livros que mais contribuíram pra isso é também um dos meus preferidos: Retrato do Artista Quando Jovem, de James Joyce. Um dos trechos que exprimem bem o que sempre passou dentro de mim pode ser lido em posts que fiz em 2005, aqui e aqui.
Até hoje eu sou “atormentada” por muitos costumes e fantasmas pregados em mim na infância.
Não consigo, por exemplo, entrar e assistir uma reunião em um centro de Umbanda ou Camdomblé. Sei lá, tenho medo.
Com a cabeça mais aberta eu me pergunto: será então que Deus condenaria um continente inteiro ao inferno só porque eles não praticam o Cristianismo?
Depois de alguns anos, posso certamente atribuir essa mudança de pensamentos, de comportamento, de ações, aspirações etc à escola que estudei, às pessoas que conheci e às coisas que absorvi, li...
E falo isso por experiência própria.
Mas eu continuo esse assunto em outro post, já que são oito páginas de Word.
Até!
6 comentários:
caramba, e eu achava que era o único! acho que voce teve a coragem de escrever aquilo que penso faz uns 6 anos!
Eu estudei 7 anos num colégio católico e lá aprendi a não gostar da igreja.
Bem, você já sabe da minha história e que ela é igual a sua em 85%, hehe.
Só posso dizer que todos estamos ansiosos com a segunda parte.
Sou de família espírita (kardecista). Nunca tive realmente medo de umbanda e candomblé, mas achava péssimo (e tinha vergonha) quando as pessoas achavam que minha religião tinha alguma relação com essas. Engraçado, é um preconceito que os brasileiros têm com algo que faz parte da cultura do país. Mas minha mãe sempre me ensinou a respeitar as outras religiões e ela sempre diz até hoje quando critico determinadas que "cada um procura o que acha melhor".
Escreva mais posts pessoais!
Mas Cinthia, me diga o que acha das possessões nas igrejas.
Me fale sua opinião sobre revelações.
O que acha destes assuntos?
Voce tem alguma explicação por que as pessoas nesses locais mudam sua voz e ficam com as mãos entrevaddas...
Poderia nos dar um esclarecimento sobre tudo isso?
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