
Mas, o que raios é Web 3.0?
Para entendermos melhor, usarei um personagem fictício que apareceu uma vez quando precisei explicar o que era Creative Commons em uma outra ocasião. Então, para facilitar o entendimento, eis que ressuscito João Defão, o vocalista da banda fictícia Placenta Canibal.
Na Web 1.0, aquela internet que começou no meado dos anos 90, pela primeira vez João Defão tinha o poder de acessar uma quantidade de informação nunca vista antes através do seu computador pessoal, mas só era capaz de criar alguma coisa própria se tivesse um certo conhecimento das linguagens de programação. Esta foi a era dos portais e dos sites de produção de conteúdo fechado. Assim o João, com seu parco conhecimento de linguagem Html, conseguiu criar um site simples para a sua banda que estava começando.

............Visualização gráfica de um pedaço da rede (Wikipedia)
Na Web 2.0, a geração atual, João Defão é capaz de colaborar de forma mais ativa para a formulação de conteúdo de sites e outros serviços do ciberespaço, fazendo da internet um ambiente mais dinâmico e interativo do que era antes, já que a produção de conteúdo não é tão elitizada e também não depende tanto do conhecimento técnico da rede. Um bom exemplo disto são blogs como este, abertura para comentários em portais jornalísticos (apesar da moderação/censura) e sites aonde o conteúdo pode ser criado e/ou modificado por usuários, como a Wikipedia e o Overmundo. Assim, João Defão pôde criar um blog para a sua banda e também um verbete sobre ela na Wikipedia, que foi rapidamente corrigido por outra pessoa depois que ele postou a afirmação errônea que o Placenta teria aberto o show do Black Sabbath no Rock in Rio II. o vídeo abaixo explica muito bem a situação atual.
Já na Web 3.0, termo exaltado pela primeira vez pelo jornalista John Markoff do New York Times, a colaboração e os dados que João Defão inserir no ciberespaço serão interpretados para serem dados no contexto que ele deseja que apareça. Assim, uma busca por algo no olho-que-tudo-vê , ao invés de exibir todos os resultados possíveis, exibirá de forma inteligente apenas o que a pessoa quer exatamente, dando início à era da web semântica. Deste modo, João Defão pode fazer uma busca sobre "as dez músicas escandinavas dos últimos sete anos que tenham nas suas letras as palavras 'sangue', 'pingue-pongue', 'toupeiras' e que comecem com a letra J" e conseguir exatamente estas músicas. É a internet a um passo da real interação homem-máquina.

ps: qualquer semelhança desta afirmação com o filme Minority Report é mera coincidência.
Você acha exagero? Se você já fez a experiência de digitar o seu nome completo no olho-que-tudo-vê e conseguiu se achar facilmente, imagina para quem estiver à frente do sistema de Web 3.0.
É, seja bem-vindo à paranóia cyberpunk da terceira geração da internet, mas sem plugues no córtex cerebral ou armas laser divertidas.