Quando somos crianças, qualquer coisa serve pra se divertir. Minha vó me contou certa vez que seu primeiro e único brinquedo foi uma boneca feita de sabugo de milho, pois seus pais eram muito pobres e não tinham dinheiro para comprar uma de verdade.
Me lembro também da minha infância. Diferente da minha querida avó, eu tive Barbie, videogame (Master System III), patins, entre outros brinquedos. Mas sempre me recordo de um momento curioso, que não envolve nenhum desses citados anteriormente. Certa vez eu estava na cozinha de casa, perturbando minha mãe enquanto ela preparava o almoço. Num impulso, ela pegou uma folhinha de couve que faria parte da refeição, desenhou uma carinha com uma canetinha e me deu para brincar. Não sei o que vi naquela folha, mas ela passou a me acompanhar nas brincadeiras. Minha mãe tentava jogar fora, mas eu não deixava, guardando-a junto com os outros jogos. Até que um dia ela encontrou a bendita verdura e a jogou na lixeira escondido, achando que eu não fosse lembrar. Nem preciso dizer que chorei igual a uma condenada sentindo falta daquela folhinha murcha, que só eu via um sentido.
Resolvi contar essa história porque essa lembrança veio à minha cabeça depois de assistir o curta The Adventures of a Cardboard Box (As Aventuras de uma Caixa de Papelão). Ele mostra de forma simples e poética a amizade entre um menino e sua caixa de papelão, que sempre é encaixada nas mais diversas brincadeiras. É inevitável não sentir falta da simplicidade da infância: a felicidade pode estar em uma mera caixa de papelão...
The Adventures of a Cardboard Box from Studiocanoe on Vimeo.
Um comentário:
Muito bom! E sensacionais as referências pop. ^^
Keep on linfing!
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