Pouca gente sabe, mas eu sou o CEO de uma empresa multinacional de pesquisa sobre todas as coisas que se encarrega, justamente, de traçar estudos sobre todas as coisas (por isso é que é sobre todas as coisas, porque, se não fosse, não seria). Assim, pela primeira vez na história linfática, resolvi divulgar por aqui o que a P.U.T.A. (Puppet Ultra Technologies Association) descobriu, durante a década passada, sobre a origem de palavras que nos são tão corriqueiras.
Deleite-se de nababesca sabedoria. Ou não.
MACACO
No Japão, alguns primatas de pequeno porte são considerados sagrados e reverenciados como deuses até hoje. A mitologia japonesa liga a inteligência e a peraltice destes animais à sua forte influência sobre a lua, como se estes fossem intermediários do homem com este magnânime astro. Por isso, estes pequenos seres rabudos e peludos eram chamados de CHAVES DA LUA, no japonês arcaico.
Com as viagens de Marco Polo ao oriente, esta ideia foi levada e difundida por toda a Europa. Na Inglaterra, o nome CHAVE DA LUA foi traduzido para o inglês, MOON KEY.
Com o passar dos anos, MOON KEY virou MONKEY e sua ideia original ficou ainda mais forte depois que se notou que o fruto predileto destes seres era uma fruta dos trópicos que remetia à forma de uma lua minguante, a BANANA.
Já os portugueses, irritados com os monkeys (ou munquis, que originou o xingamento MUQUIRANA, se recusavam a chamar o animal desta forma porque "um animal ARDILOSO e MALACO como este não merecia ter um nome tão pomposo". Daí o adjetivo pejorativo MALACO originou o nosso querido MACACO, fazendo que, na nossa língua, este animal perdesse a pompa de ser uma criatura celeste, como é no Japão e pela europa anglófona.
RAVE
De tempos em tempos, na Pré-Idade Média, os feudos europeus realizavam uma grande festa para realizar oferendas a uma entidade pagã para que a colheita de trigo do ano fosse bem promissora. Estas festas geralmentre duravam cerca de três dias e uma pomposa banda real executava sempre as mesmas músicas repetitivas durante todo este tempo. Eles tocavam em cima de um palanque tão alto que só conseguia enxergá-los de frente aqueles que estavam a uma altura equivalente.
Como o rei sempre assistia a festas de seu enorme e magnífico trono, ele era a única pessoa que conseguia enxergar a banda tocando de frente. Por isso, as pessoas costumavam dizer que estavam indo para a "festa que tem a banda que só o rei vê".
Depois, as festas ficaram conhecidas como "a que só o rei vê" e, após, apenas "rei vê".
Daí para "festa rave", foi um pulo.
DODÓI
Existiu um poeta simbolista brasileiro, da mesma geração do Cruz e Souza, chamado Jovelino Laranjeira, que fez muito sucesso em sua época ao publicar versos em jornais. Em decorrência de seu sofrimento causado pela tuberculose, ele fez uma poesia intitulada Chaga. Eis a estrofe mais conhecida:
Esta chaga aberta em meu peito
que me causa esta dor que me dói
Os versos fizeram tanto sucesso na época que, quando as pessoas queriam se referir a alguma doença qualquer, declamavam:
"Ah, esta dor que me dói..."
E com o tempo, esta frase foi se encurtando:
"Ah, esta dor que dói..."
Até que um dia, virou apenas:
"A dor, dói"
Agora você já sabe porque a sua mãe falava que, quando você estava doente ou machucado, você estava DODÓI.
BOATE e FOLIA
Na Inglaterra da Era Vitoriana, existiam locais em que aos pessoas bebiam, dançavam e se dedicavam, principalmente, aos jogos com arco e flecha. Elas levavam o jogo tão a sério que chamavam de "a arte do arco e flecha" (THE BOW AND ARROW ARTS). Logo isso diminuiu para apenas "a arte do arco" (THE BOW ART).
Quando os homens saíam para as pândegas noturnas, falavam para as suas esposas que "estavam indo para a arte do arco" ("going to the bow art").
E foi assim que surgiu a BOATE e é por isso que algumas delas ainda têm aqueles joguinhos de dardos.
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A Boate mais famosa desta época foi a da Condessa Lia Truffaut que, expulsa pelas tropas de Napoleão, veio morar no Brasil e construiu uma "Bow Art" no Maranhão: a famosa BOATE LIA.
A novidade era tamanha para o povo brasileiro da época que, todos os dias, a casa lotava absurdamente, o que fez com que a entrada passasse a ser limitada.
Reza a lenda que, em um destes dias, o segurança português da boate Lia, para barrar o público que queria entrar de qualquer forma, berrou em inglês, apesar de só saber falar a palavra "cheio" (FULL) e o nome da Boate (LIA):
- LIA FULL!
- LIA FULL!
- LIA FULL!
Mas o povo escutou:
- FULL LIA!
- FULL LIA!
- FULL LIA!
E assim nasceu a FOLIA.
MONA LISA
Na Itália Renascentista, muito dos personagens femininos de teatro eram feitos por homens caracterizados de mulher. Estes homens travestidos eram conhecidos como MONAS.
A Mona mais conhecida da Itália foi o famoso Luigi Carpaccioni DeLuca que, além de ser um ator notável, era muito conhecido pela quantidade exagerada de pêlos que tinha no corpo, o que o fazia ser alvo de chacota e ter o enfadonho apelido de MONA PELUCCHIA (Mona Peluda).
Um dia Luigi resolveu dar um basta à esta infame insígnia e se depilou todo. Consequentemente, este foi o dia que a sua caracterização foi a mais perfeita possível no teatro, o que fez que um dos espectadores, um tal de Leonardo da Vinci, levantasse um estranho interesse sobre ele:
- Poderias me dizer quem é aquela Mona de atuação tão incrível? - Pergunta Leonardo para alguém da platéia.
- Ah sim, aquele é o notório Luigi Carpaccioni deLuca, outrora chamado de Mona Pelucchia, mas agora se desfez de seus pêlos corporais. Note como a sua pele está tão LISA como a de um bebê...
- Uma MONA LISA? Hmmm isso, me dá uma boa idéia para um quadro...
BOLA DE GUDE
Um frei ortodoxo alemão chamado Zigmund J. Schilinger criou um jogo com a finalidade de fazer os preceitos cristãos serem difusos de maneira mais fácil. Este foi chamado de SPIEL DES GUTEN (Jogo do Bom).
O jogo consistia de:
- Bolinhas de marfim do tamanho de jabuticabas, simbolizando os fiéis;
- 3 pequenos buracos alinhados na terra, simbolizando a Santíssima Trindade.
Cada jogador, em seu turno, precisar lançar a bolinha para passar pelos três buracos duas vezes, uma na ida e outra na volta (simbolizando a Primeira Comunhão e a Crisma) para depois virar PAPA e "matar" os outros jogadores acertando-os com a sua própria bolinha. Quem não passava por nenhuma das búlicas (os buracos, o que veio a originar a famosa BULA, documento eclesiástico) era chamado de PAGÃO.
Depois de um tempo, o SPIEL DES GUTEN foi parcamente aportuguesado para JOGO DE GUTEN, e logo depois, virou JOGO DE BOLAS DE GUDE.
Com a chegada das idéias revolucionárias de Martinho Lutero e a divisão do cristianismo, o jogo ganhou duas novas modalidades:
TRIÂNGULO - Sendo o triângulo um dos símbolos mais conhecidos da figura divina suprema (vide Maçonaria), o objetivo é arrancar o maior número possível de bolas de um cercadinho triangular, como se estivesse pegando fiéis para as suas ideologias.
MATA-MATA - Simboliza os violentos conflitos entre católicos e protestantes no séc. XVI.
6 comentários:
desejo
vê só
essa etimologia
é uma história de amor
do meu ponto de vista
didi
fiquei curiosa com o desejo! rs
Meus favoritos são a rave e o macaco. Curti muito esse post! /o/
Segundo essa reportagem aqui:
http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/afp/2011/02/02/modelo-da-mona-lisa-era-homem-dizem-pesquisadores.jhtm
sua etimologia para Monalista não está tão distante da realidade, hehehe... Agora diga que não sabia!! kkkk
HAHAHA! Descobri antes deles, Nivea!
E Desejo é o meu segundo Perpétuo preferido, Diana. O primeiro é Deleite/Delírio.
Eu quase acreditei em tudo que você escreveu.
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