Fecho os olhos e não durmo.
Penso em folhas em branco, pautadas, no aguardo da minha mão. Em canetas, em letras, em construções frasais, edifícios inúteis de vogais e consoantes estéreis.
Penso no filme que vi faz pouco tempo, poucas horas, penso nos filmes, na câmera que eu vi e quis comprar, mas nem parcelando em 24 vezes daria, na galera do trabalho, e que de repente, num talvez discreto, aquela conversa tenha tido um significado oculto, por detrás dos panos, e eu, afoito, ignorante, não entendi. Acho que posso tomar uma chamada amanhã. Tento criar a desculpa perfeita.
Penso em folhas em branco, pautadas, no aguardo da minha mão. Em canetas, em letras, em construções frasais, edifícios inúteis de vogais e consoantes estéreis.
Penso no filme que vi faz pouco tempo, poucas horas, penso nos filmes, na câmera que eu vi e quis comprar, mas nem parcelando em 24 vezes daria, na galera do trabalho, e que de repente, num talvez discreto, aquela conversa tenha tido um significado oculto, por detrás dos panos, e eu, afoito, ignorante, não entendi. Acho que posso tomar uma chamada amanhã. Tento criar a desculpa perfeita.
Nada.
Surge assim, de lado, canto de olho, na parede da memória, o latido do cachorro que me mantém preso na noite quente, no mosquito que me chupa o sangue e deveria ser aniquilado da face da terra, mesmo que mexesse com toda a porra do ecossistema, pois não vejo utilidade, quase não vejo utilidade nas coisas que não me servem diretamente, no momento chamado “instante”.
Surge assim, de lado, canto de olho, na parede da memória, o latido do cachorro que me mantém preso na noite quente, no mosquito que me chupa o sangue e deveria ser aniquilado da face da terra, mesmo que mexesse com toda a porra do ecossistema, pois não vejo utilidade, quase não vejo utilidade nas coisas que não me servem diretamente, no momento chamado “instante”.
Eu não me importaria, eu não me importo, contanto que nunca mais chupasse meu sangue.
Nesse tempo perdido em viradas de perna e cabeça, invento a nova doença do mundo, a doença que vai nos levar à destruição completa: o porco morde o mosquito, que chupa um aborígene que sofreu qualquer mutação bisonha. Esse mosquito, num momento posterior transa com outro mosquito, e ato contínuo, chupa um outro homem, que contrai a doença HIV2. Num primeiro instante, esse novo vírus garante super força, e em alguns casos permite que o acometido pelo feito, voe, e então, depois, num curto hiato de poucos meses, morre-se de combustão instantânea.
Lembro que podia ter pedido para aquela garota gorda, pedido não, mandado, ordenado (cuidado com o trocadilho preconceituoso rs), levantar, para dar lugar à senhora, porque eu não queria levantar, e a gorda estava sentada no assento reservado para os idosos e deficientes. Ia arranjar um barraco, ia mandar ela tomar no cú, porque ela tinha que tomar no cú. Tive que levantar. O que me obriga de fato??? Eu sei, mas não quero discorrer sobre isso.
Nesse tempo perdido em viradas de perna e cabeça, invento a nova doença do mundo, a doença que vai nos levar à destruição completa: o porco morde o mosquito, que chupa um aborígene que sofreu qualquer mutação bisonha. Esse mosquito, num momento posterior transa com outro mosquito, e ato contínuo, chupa um outro homem, que contrai a doença HIV2. Num primeiro instante, esse novo vírus garante super força, e em alguns casos permite que o acometido pelo feito, voe, e então, depois, num curto hiato de poucos meses, morre-se de combustão instantânea.
Lembro que podia ter pedido para aquela garota gorda, pedido não, mandado, ordenado (cuidado com o trocadilho preconceituoso rs), levantar, para dar lugar à senhora, porque eu não queria levantar, e a gorda estava sentada no assento reservado para os idosos e deficientes. Ia arranjar um barraco, ia mandar ela tomar no cú, porque ela tinha que tomar no cú. Tive que levantar. O que me obriga de fato??? Eu sei, mas não quero discorrer sobre isso.
Não agora.
Não aqui.
Reflito que, talvez, eu possa estar ficando calvo, sem notar, sem perceber, mesmo sabendo que o pai da minha mãe, o meu avô, morreu com a mesma quantidade de cabelo que eu, nos idos dos seus setenta e muitos anos.
Reflito que, talvez, eu possa estar ficando calvo, sem notar, sem perceber, mesmo sabendo que o pai da minha mãe, o meu avô, morreu com a mesma quantidade de cabelo que eu, nos idos dos seus setenta e muitos anos.
Talvez isso seja um prazo.
Me arremesso ao interior do box blindex, e tento lembrar quantos fios eu colei no vidro, da última vez que tomei banho, mas logo me canso de fazer essa conta louca. Lembro dos desenhos que faço com os fios de cabelo no vidro, e logo percebo que isso daria uma ótima sessão de fotos. Talvez a capa do cd da minha banda. Aquele que nunca sai.
Percebo que a cama me janta e tenho que levantar para escovar os dentes, de novo, porque, desse modo, eu ficaria mais tranqüilo. Mas não levanto. E daí?
Ligo e desligo a tv. Com um intervalo de dois minutos. Liguei e desliguei. Não posso me entreter. NO FUN AT ALL. Sex pistols. Taí, nunca gostei. Essa frase tem a ver com eles? Talvez eu nunca descubra porque relacionei. Passou.
Penso em acender a luz e ler, mas já me canso e imagino o dia seguinte.
Penso na saúde de todos, na distância que eu tomo das pessoas, cada vez mais declarada, para não ter que encarar perdas naturais. Perdas humanas. Perdas minhas e de mais ninguém. Não me importa. Quem se afasta sou eu. Como o elefante, mas ao contrario. Não me afasto da manada jovem, mas abandono os anciãos.
Podia estudar mais, escrever mais, ter vendido aquele relógio pra salvar mais alguns judeus, e penso em rir.
Penso que aquela música não está com o arranjo acabadoo, aquela outra, a letra, e a frase final me incomoda. Será que, realmente, eu tenho hérnia?
Lembro que tem prazo para sexta, um agravo qualquer, ou uma contestação.
Tenho que terminar aquela harmonia.
Penso que meu pau poderia ser maior, bem maior, porque ai sim, eu fuderia, de jeito, a insônia.
Arrancaria sangue dela.
Machucaria de verdade.
Percebo que a cama me janta e tenho que levantar para escovar os dentes, de novo, porque, desse modo, eu ficaria mais tranqüilo. Mas não levanto. E daí?
Ligo e desligo a tv. Com um intervalo de dois minutos. Liguei e desliguei. Não posso me entreter. NO FUN AT ALL. Sex pistols. Taí, nunca gostei. Essa frase tem a ver com eles? Talvez eu nunca descubra porque relacionei. Passou.
Penso em acender a luz e ler, mas já me canso e imagino o dia seguinte.
Penso na saúde de todos, na distância que eu tomo das pessoas, cada vez mais declarada, para não ter que encarar perdas naturais. Perdas humanas. Perdas minhas e de mais ninguém. Não me importa. Quem se afasta sou eu. Como o elefante, mas ao contrario. Não me afasto da manada jovem, mas abandono os anciãos.
Podia estudar mais, escrever mais, ter vendido aquele relógio pra salvar mais alguns judeus, e penso em rir.
Penso que aquela música não está com o arranjo acabadoo, aquela outra, a letra, e a frase final me incomoda. Será que, realmente, eu tenho hérnia?
Lembro que tem prazo para sexta, um agravo qualquer, ou uma contestação.
Tenho que terminar aquela harmonia.
Penso que meu pau poderia ser maior, bem maior, porque ai sim, eu fuderia, de jeito, a insônia.
Arrancaria sangue dela.
Machucaria de verdade.
2 comentários:
Valium nele!
Cara, adoro a sua confusão.
É meio o que se passa na mente de todo mundo que pensa demais, naqueles minutos, ou horas intermináveis antes do sono.
Identicação detectada.
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