Na Guerra Fria, viviam uma cigarra e uma formiga que, apesar do gênero dos substantivos, eram machos. A formiga era um yuppie workaholic que mal tinha tempo de ver os filhos e a cigarra era um inútil fardo à sociedade. A formiga sempre aconselhava a cigarra a arranjar um emprego e guardar provisões em sua casa, já que o país passava por fortes turbulências políticas, mas a cigarra (ou "o" cigarra) nunca escutava.
Um dia o inverno veio, mas este não era um inverno comum. Era o Inverno de Praga, um movimento muito mais tenso e violento que a Primavera de Praga. Com o Inverno de Praga, os supermecados ficaram fechados e todos tiveram de se sustentar apenas com aquilo que haviam guardado antes. A formiga, com seus instintos paranóicos sobre golpes governamentais, havia guardado uma provisão razoável para passar o Inverno, mas a cigarra, com seu estilo bon vivant e deitão, não havia guardado nada e corria o risco de morrer de fome. A sua sorte foi ter um primo oficial do exército que lhe deu regalias durante o Inverno, além de um posto de funcionário público após trabalhar como delatora para o governo.
A formiga, quando soube disso, ficou vermelha de raiva e foi presa por ter sido confundida com um subversivo comunista (formiga-vermelha). Presa na carceragem destinada aos "traidores da nação", se questiona se, neste sistema, vale a pena viver honestamente se o caráter e a moral são valores altamente irrelevantes. O tribunal condenou a formiga a morrer na boca do tamanduá.
Um dia o inverno veio, mas este não era um inverno comum. Era o Inverno de Praga, um movimento muito mais tenso e violento que a Primavera de Praga. Com o Inverno de Praga, os supermecados ficaram fechados e todos tiveram de se sustentar apenas com aquilo que haviam guardado antes. A formiga, com seus instintos paranóicos sobre golpes governamentais, havia guardado uma provisão razoável para passar o Inverno, mas a cigarra, com seu estilo bon vivant e deitão, não havia guardado nada e corria o risco de morrer de fome. A sua sorte foi ter um primo oficial do exército que lhe deu regalias durante o Inverno, além de um posto de funcionário público após trabalhar como delatora para o governo.
A formiga, quando soube disso, ficou vermelha de raiva e foi presa por ter sido confundida com um subversivo comunista (formiga-vermelha). Presa na carceragem destinada aos "traidores da nação", se questiona se, neste sistema, vale a pena viver honestamente se o caráter e a moral são valores altamente irrelevantes. O tribunal condenou a formiga a morrer na boca do tamanduá.
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Há muito tempo, em um lugar bem distante daqui, existia uma sociedade com um sistema de castas aonde a classe superior era formada por nobres que descendiam diretamente da árvore genealógica do rei. Estes nobres eram chamados de Dastras. A jovem Cinderela, assim chamada por sempre limpar lareiras e estar suja de cinzas (cinder, em inglês), era de uma casta inferior e trabalhava para uma Dastra tão cruel que os seus empregados a chamavam de Má Dastra. Nas horas vagas, Cinderela exercia o seu dom exotérico de ler o destino da pessoa na borra do café, ficando também conhecida na região como "A Gata Borralheira". Por isso, a Má Dastra lhe dava todo o serviço pesado da casa.
Um dia, as três filhas horrorosas da Má Dastra fizeram uma orgia homérica na casa, o que zoneou por inteiro todo o recinto. Quando a Má Dastra perguntou quem havia dado tal festa de arromba em sua ausência, elas colocaram a culpa na Cinderela, que foi obrigada a limpar tudo sozinha e teve 80% da sua diária anual descontada, já que nesta época não existia o Sindicato das Domésticas de Baixa Casta.
Neste dia o príncipe estava dando um baile para escolher a sua futura esposa e as filhas horrorosas da Má Dastra foram para essa pândega, deixando Cinderela sozinha limpando tudo entre os choros de tristeza e ódio. No meio da faxina forçada, a Gata Borralheira escuta uma voz vinda da lareira e viu que era um ser alado que flutuava como uma pluma incandescente. Cinderela viu uma fada, mas esta não era uma fada comum. Era a sua Fada Madrinha. Cinderela não se lembra de ter sido batizada, mas resolve não questionar. A Fada Madrinha com apenas um gesto, limpa todo o local e veste Cinderela com um glamuroso vestido, transforma uma abóbora em uma carruagem e dois ratos em dois cavalos para que ela vá ao baile do príncipe, mas adverte que ela terá de voltar à meia-noite, que é o prazo de validade do feitiço. Cinderela parte para o baile.
Toda a nata do reino estava presente no local quando uma imensa carruagem em forma de abóbora abriu as portas na entrada do palácio e uma ensandecida moça de vestido carmezim saiu babando de raiva e decapitou à golpes de espada as três filhas da Má Dastra, a própria Má Dastra e parte da aristocracia local, fazendo com que as vísceras e o sangue das vítimas de sua ira adornassem grotescamente as paredes e o chão do palácio. Nesta noite, Cinderela estava extravazando todo o seu ódio concentrado sobre a aristocracia local, e ainda não eram nem onze horas da noite...
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Em uma floresta viviam três porquinhos de nome grego: Cícero (o filho de Circe, bruxa da "Odisséia" que tranformava os homens em animais), Prático (de Práxis, aquele que age) e Heitor (filho de Hector, príncipe de Tróia). Um dia, os três porcos ficaram sabendo que o faminto Vil Lupus (Lobo Mau) andava por aquelas bandas com vontade de comê-los e depois devorá-los (!). Então, cada um dos porquinhos resolveu construir uma casa para si.
Cícero, o mais deitão, construiu uma casa de palha mais torta que seu rabo. Heitor construiu uma casa de madeira e Prático resolveu fazer uma casa de alvenaria, provocando o escárnio dos seus outros irmãos espíritos de porco por ter levado tanto tempo revirando laje no sol até quase virar bacon.
Um dia o Vil Lupus apareceu e os três porquinhos fugiram para as suas respectivas residências.
Cícero correu para sua casa de palha, mas o Lobo, com seu fôlego de Ian Thorpe, assoprou o barraco até que ele caísse. Vendo a porcaria que tinha feito, Cícero corre para a casa de seu irmão Heitor.
Heitor abre a porta de sua casa de madeira e abriga Cícero, mas o Lobo, com seu sopro-tornado trás + baixo + frente + soco forte, derruba a casa de madeira. Os dois correm até a casa de tijolos de seu terceiro irmão suíno.
Prático hospeda seus irmãos e tranca a porta. O Lobo assopra a casa, mas nada ocorre. O Lobo assopra de novo, mas a construção continua intacta. O Lobo assopra, assopra e assopra, mas a única coisa que consegue ganhar é uma dor de cabeça.
Irritado, o Lobo pega a palha e a madeira das casas que derrubou antes e coloca cuidadosamente ao redor da casa de tijolos. Com um sorriso sádico, o Lobo põe fogo em todo este material inflamável. Os porcos, apavorados com o calor infernal, tentam escapar esmurrando as paredes, mas elas são muito grossas para serem transpassadas ou derrubadas. A casa de tijolos tinha se transformado em uma enorme churrasqueira. Prático então percebe que, em um momento de crise, até as nossas melhores atitudes podem acabar piorando uma situação, mesmo que a intenção seja boa. A floresta é invadida pelo cheiro de torresmo.
Um comentário:
cadê a fiscalização do corpo de bombeiros nessa obra? isso q dá dispensar o arquiteto e o engenheiro...
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