[1 ano]

"Toda a vida humana parece girar em torno do número de vezes que a pessoa completa uma volta ao redor do sol. Sendo este número redondo ou não, ele determina a maioria das fases do Homem, desde o momento em que você está apto a ser preso até a mensalidade de seu seguro de vida. Carregamos as translações ao redor da vida como anéis de metal debaixo de nossas cabeças que, se fossem arrancados, nossos pescoços se quebrariam. Chamamos estes anéis de Anos e o conjunto deles de Idade. De acordo com a sociedade em que se está, o número de anéis pode caracterizar o grau de sabedoria de cada indivíduo, partindo da lógica que este conheceria o Sol melhor cada vez que dá mais voltas ao redor dele. É por isso que as coisas de nossa vivência se repetem em um ritmo incessante, pois a vida passa cíclica, rotativa, centrípeta, redundante e esférica, até rodarmos de vez e cairmos no Ciclo do Carbono. Por isso que Viver é conhecer o Sol aos poucos. Viver é a eterna descoberta da Luz. Viver é brincar de roda".
- Frederico Latrão

No ano passado, nesta mesma data, eu dei o pontapé inicial (ou seria pontamão, já que foi através de uma postagem?) para converger três projetos flutuantes que estavam em decantação na minha gaveta neurônica:

1- um fanzine impresso com desenhos, charges, poesias, contos, crônicas e provocações feitas por autores independentes, roquenrrôulicos, pesados e sujos, não exatamente nesta ordem.
ps: o nome seria RABADA zine, por ser algo de digestão difícil.

2- um site sobre jornalismo musical independente no melhor estilo "p.n.c. do mainstream"

3- um jornal cultural com outros estudantes de comunicação a fim de encher os pilares do statu quo de TNT.

Querendo evitar de me entupir com muitas incumbências (e depois não conseguir cumprir com nenhuma), pesquei as nababescas mentes que faziam parte destes 3 projetos e resolvi juntá-las em apenas um: criar um zine que, no início, seria eletrônico e completamente diferente do que já se viu na www para cair de braços abertos no clichê da originalidade que é inerente a qualquer Homo Sapiens Sapiens (até aos nem tão sapiens assim). A meta seria alcançar a morte da pauta e do deadline, isto é, cada um dos membros teria a liberdade para escrever e falar do que quisesse, como quisesse e quando quisesse, desde que respeitasse o tempo de maturação mínima do texto que o "colequinha" postou antes. Foi neste clima de anarquia bakunínica que se originou o [Linfa].

Ter um blog bem visitado, comentado e que faça a diferença na blogosfera (mesmo que homeopática) não é uma tarefa fácil, sobretudo sem postagens diárias e que não segue a linha humorística "vamos-zoar-a-preta-gil". Um blog que tenha a pretensão de ser totalmente jornalístico, por mais que este seja um veículo que permite uma maior carga de opinião umbilical sobre determinado assunto, corre o risco de ser apenas um ctrl+c/ctrl+v daquilo tudo que já foi veiculado nos grandes meios midiáticos. Além disso, também é preciso saber lidar com os humores da própria internet e dos leitores (carinhosamente chamados de linfonautas por aqui), saber quais os dias que as postagens funcionam mais e saber lidar com a vontade irresistível de estourar o monitor com os metacarpos cerrados quando o servidor do blogspot resolve fagocitar uma postagem sua. Isso porque ainda não levamos em consideração a falta de tempo, as gagueiras de conexão, o maldito vírus que se apodera das mentes humanas chamado pelo nome oriental NEM LI, os hiatos, ditongos e tritongos criativos e outros milhares de arraclaques.

Na primeira postagem (oficial) deste blog eu afirmei que um blog é um local aonde se chega e "BLOG!". Isto é, um lugar da livre opinião que vem de dentro para fora, como uma regurgitação. Por isso é que, nestes próximos meses, nós do [Linfa] queremos a opinião de vocês, Linfonautas. Estamos a introduzir um sistema de podcasting, mudaremos o nosso layout e gostaríamos que vocês disessem nesta enquete que está do lado direito desta página como é que vocês gostariam que fosse o novo layout do [Linfa]. Assim, vocês estarão ajudando esta trupe a cumprir cada vez mais com o seu objetivo inicial: fazer estrago com idéias bombásticas.

No mais, peço muitíssimo obrigado em nome de todos os linfonodos pelos apoios, comentários, críticas (a parte mais importante) e, é claro, aos amigos que aceitaram participar deste clã e tornaram este um blog cabeça. Mas cabeça de bacalhau, por ser uma coisa tida como nunca vista antes.

Vejo vocês no futuro e no topo dos destroços de um planeta extinto. Abraços e sucesso!