Certo, primeira postagem. Nota mental: Não cagar tudo de uma vez com comentários histéricos.
Apresentação: Carolina Oliveira, formanda em cinema, entusiasta de formas visuais, experimentais e etc. Videoasta por opção, diretora e roteirista de tv por necessidade. É, eu amo o audiovisual.
Fui convidado pelo Master of Puppet para fazer parte desse time pimpão, e segundo ele, dar opiniões, digamos... melhor "formatadas" a respeito da sétima arte. Não que eu tenha o embasamento para isso, já que muitos dizem que meu gosto é duvidoso e exótico. Muito disso surgiu numa tarde do Festival do Rio, no meu primeiro contato com ele: Jodo.
Alejandro Jodorowsky é chileno, mora há quase 50 anos em Paris e tem provavelmente uma das cabeças mais insanas e geniais do século. Já foi palhaço de circo em Santiago, criou um grupo de teatro vanguardista, atuando e dirigindo, em Paris, e fez seu primeiro filme (que não é creditado pelo próprio): "A Gravata", em 1957. No final dos anos 60, criou a história em quadrinhos "Fabulas Panicas" e o longa "Fando y Lis", em 1967. Três anos depois, lança"El Topo", um faroeste surrealista com construções simbolistas. E quem foi responsável por lançar Jodo pour le monde? John Lennon.
Já em 1973, Jodo lança "La Montaña Sagrada". Que é exatamente o filme em que eu conheci o homem. A lenda.
"La Montaña Sagrada" é um filme difícil, você tem que estar preparado, não vou mentir. Dividido por várias narrativas, o filme começa com uma figura masculina, com um grande chapéu e aparatos estranhos. Duas mulheres se apresentam, cada uma do seu lado, com seios nus. O homem raspa a cabeça das moças.
Estranho? Só tende a piorar. Ainda tem um Jesus Cristo cheio de desejos, um guru que guia o Salvador por várias provações surrealistas, Planetas personificados em humanos cheios de pecados, uma jornada até a tal da Montanha Sagrada, e um final sensacional, que eu me recuso a contar.
Brincadeiras a parte, a filmografia do Jodorowsky é um presente, uma lição de como fazer e assistir um cinema livre, não-convencional, cheio de metáforas sobre a situação da América Latina na época das produções.
Outras produções de Jodo: "Tusk" em 1978; "Santa Sangre" em 1989 e "El ladrón del Arcoiris" em 1990.
Nos quadrinhos, Jodo é ainda mais conhecido, por publicações como El Incal, com desenhos por Moebius.
No seu site oficial, é possível ler textos inéditos como "El pato Donald y el Budismo zen" e "Cómo hacer Cine", conhecer mais sobre a vida do gênio e até descobriu números mágicos e tirar dúvidas esotéricas. Entra lá: http://www.clubcultura.com/clubliteratura/clubescritores/jodorowsky/home.htm
E para os pobres mortais do Rio de Janeiro, Mostra Jodorowsky no CCBB do dia 20/11 a 02/12, com direito a conferência sobre cinema, quadrinhos e leitura de Tarô pelo próprio, pelo grande, pelo mestre: Jodo Doido.
Programação completa aqui: http://www.devir.com.br/jodorowsky/index.php
Abs.
6 comentários:
Essa mostra aqui no RJ deve ser fenomenal. checarei a programação e estarei lá, com certeza.
Conheci o seu-moço aí através da série "Borgia" do desenhista lascivo Milo Manara. Foi o Jodô quem escreveu a graphic-novel, que é uma das melhores que eu já li (sem desmerecer o Incal do Moebius, claro).
E olha que eu implicava com quem falava dele com tanto afinco, por causa do sufixo -wsky que tantos gênios adornam no nome.
É, estarei lá na mostra. \o/
Gostei muito do blog...
muito bom...
Acho que a maioria das pessoas conheceram Jodorowsky pelo "A Montanha Sagrada". Como você disse muito bem, é um filme difícil de engolir e tem de estar completamente aberto a novidades e metáforas impensáveis.
O final é genial e, aliás, nada, nada nesse mundo é real!
Muito boa narrativa, dona estreante.
Boa dica!
Pena que não poderei descer para o Rio...
Abração!
Ótimo o texto. E procurarei material do Jodo- por esse texto e pelo tanto que vocês falam nele. Estou curiosa!
Bem vinda ao Linfa!
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