As mídias eletrônicas estão explorando cada vez mais (e apostando em) novas formas de interação do homem com seus produtos. É uma tentativa de eliminar barreiras entre o produto e o consumidor, mantendo uma via de múltiplas interações entre ambos, muito mais eficiente. A palavra da moda é INTERAÇÃO, pode reparar só. Praticamente todos os produtos midiáticos e canais de mídia hoje em dia contém ou dizem conter alguma ferramenta que permita algum tipo de interatividade. Não interessa mais o velho espectador, que fica sentado no sofá babando em frente à TV, ou o internauta curioso, que clica em qualquer coisa e tanto faz. Estamos adentrando (ou já estamos?) em outra era.
No entanto, o conceito de interatividade me parece um pouco superestimado. Segundo a teoria (da comunicação), a interação vai muito além de simplesmente clicar em um botão e poder escolher o que se quer assistir/ler/utilizar. A interatividade ocorreria quando o usuário tivesse o poder de alterar o conteúdo do meio de comunicação- o que sabemos que é um tanto quanto hipotético. Até em sites como a Wikipedia, que é considerado um dos que chega mais próximo a esse conceito, não há total interatividade (defendida pelos xiitas/ sonhadores da comunicação). A total interatividade é um sonho: mesmo que o receptor no processo comunicação(o que recebe a mensagem) tenha poder de modificar o conteúdo da mensagem, sempre haverá um moderador para dizer o que pode e o que não pode ser modificado. Até porque senão tudo viraria um verdadeiro caos.
Eu desviei completamente do assunto! Vim aqui para lhes mostrar o clipe interativo (agora vocês irão me dizer se acham que é ou não) do Arcade Fire, da música Neon Bible. Eu gosto muito da banda e adorei essa proposta de clipe moderno. Clicando no Win Butler, o vocalista, você pode manipular o clipe: clicando na cabeça aparece uma fumaça com a letra da música, pode fazer chover pelas mãos e movimentá-las, dentre outras coisas. Tentem descobrir mais!
[ Clipe de Neon Bible ]
It's the Neon Bible, the Neon Bible
Not much chance for survival,
If the Neon Bible is right.
4 comentários:
Olá!
Gostei do seu blog e da indicação para entrar em uma banda de rock metal. Gostei do seu jeito de fazer jornalismo, usando as poesias. Eu tenho um colega que faz notícias usando o cordel. se tiver interesse na minha págia há tanto seu blog normal, quanto o seu blog de cordéis. ele se chama Thiago Barbosa.
Abraços
Não conheço a banda, mas gostei mto do texto.
Acho que em vez de a mídia ficar presa no conceito (ou no que poderia ser) de inratividade, devia prestar mais atenção aos movimentos do tipo jornalismo-cidadão.
Como eleito pela revista TIME, "you", ou seja, você, é quem controla e faz a informação nos dias de hoje.
Abraçi
Também é interessante notar que esta quebra da idéia do receptor-marionete não foi criada (pelo menos nã oem suma) pelas teorias da comunicação. O mundo das artes já previu isso a um certo tempo, como nas peças teatrais de participação coletiva e nas obras artísticas aonde se é permitido o Toque (com T maiúsculo mesmo) daquele que a contempla.
*- pra variar, traço mais uma convergência entre ARTE e JORNALISMO...
Ah sim, morri de medo deste clipe. Mas é ótimo².
o tamanho da minha, da sua, da nossa interferência na programação vai depender do que querem e das opções que ELES nos dão pra interagir.
como você disse, não deixa de ser um sonho até porque, se não houvesse controle, seria um caos total.
é tão utópico como a imparcialidade textual em geral.
mas não deixa de ser divertida, embora possa ser "enganadora", a idéia de brincar de manipulador. =)
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