"A criança é o senhor do homem", disse Brás Cubas. Apesar de isto não parecer ser regra em um país aonde elas se prostituem por três reais, trabalham mais de dez horas por dia ou são abandonadas em rios pelas suas mães, esta frase do personagem de Machado de Assis serve perfeitamente para entendermos o porquê do Brasil ser...o Brasil.Por aqui, a criança é o senhor do homem. Aliás, é senhor e deus. Mas, atenção! Quando faço esta afirmação não estou falando da inocência e pureza dos pequeninos ou na extinção dos valores "Idosos" feita pelos meios de comunicação (aonde o sociólogo Edgar Morin diz que "a cultura de massa acentua a desvalorização da velhice e dá forma à promoção dos valores juvenis"). Estou usando esta frase de um personagem literário para afirmar de maneira crítica que, no Brasil, o que vale são os valores infantis que dizem respeito à fuga das responsabilidades, à preferência pela fantasia e à pirraça que não gera nada além do puro e simples desejo de fazer barulho. Isso quando ele ocorre.
Tomemos por exemplo o atual quadro político do país, aonde roubar ficou muito mais fácil que arrancar doce de criança, já que ela chora, berra e esperneia em protesto quando lhe roubam o doce, ao contrário do cidadão que não vê que está sendo roubado (ou prefere não ver) e, quando percebe, verborragia seu manifesto para a garrafa de cerveja gelada e os cubinhos de queijo da mesa do bar mais próximo. Enquanto isso o infantilismo político prossegue mamando nos cofres públicos.
De pirraça, a gente entende. Vejamos o caso do presidente do senado, que fez 5 meses de catimba até resolver se ausentar (temporariamente). A “zelite” também já mostrou o seu poder de choro e afeição pelo novo herói nacional, o Capitão Nascimento. Este que faz parte do mesmo grupo de personagens fictícios como o Papai Noel, O Saci, o Coelho da Páscoa e a Imparcialidade Midiática.
O pobre também não escapa da infantilização tupiniquim. Tanto que, para que ele não fique tanto tempo chupando dedo, o governo lançou o seu Biotônico Fontoura que só será realmente efetivo a partir do ano que vem. Enquanto isso, o cordão umbilical continua preso.
E o jovem? O jovem está aí, gastando tudo em bala.
Acho que o Brazilian Day deveria ser todo dia 12 de Outubro.




6 comentários:
A única solução para o Brasil está no aeroporto... também tem o famoso tratamento criativo da realidade.
O segundo é mais barato.
aff to cheio dessa política infãme do brasil
abraço
essa frase sua foi perfeita, PARABENS!!!
Nota 10
a criança é o senhor do homem...
Arrasou no texto, Pu!
E tudo isso é triste: politicalhas, exploração infantil... Que país é esse? Que mundo é esse?!
olá
www.leanvalente.blogspot.com
fiz uma resenha sobre o novo cd do radiohead.. olhem se ficou bom..
bjs
anestesia geral foi o que nos deram em todos esses anos de história (?) política.
arrasou, pu!
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