Casa de tolerância*.
Após o jantar, na sala, uma família reunida, como se fosse para uma daquelas fotos...clichês, assiste ao jornal: “O resultado, fala por si, foi uma decisão do povo. A democracia...”, toca a campainha. A caçula, idade de normalista, atende a porta . Surge num terno cáqui, um homem de baixa estatura, careca e com a barriga depravadamente avantajada. É convidado a entrar. A Mãe lhe tira os sapatos, o Pai recolhe a bolsa, o irmão prepara o quarto. A irmã , enquanto vira quenga de político, disputa com o ancora do jornal nacional, para ver quem fala mais sacanagem.
* Vózinha dos puteiros. Criada na América Latina por volta de 1536
Um comentário:
Temos que parar de achar que o que acontece fora de nossas casas não nos afeta. Continuaremos sendo meras peças gastas num jogo de interesses para sempre, até tomarmos vergonha na cara e decidirmos levantar a bunda e fazer algo relevante.
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