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Ó santa vulgaridade
Nós clamamos!
Dai-nos essa intumescida visão
E anuviai, obscurecei!
Ouçais vós nosso rogo
E vulgarize a todos!
Ante todo esse rumo torpe de quem vislumbra
Faça-se sombra!
Ao indócil dome, mas não anule o que o satisfaz.
Mostre de todo, a cara do algoz que imbecilmente o nina.
Tua voz no ronco-cinza-enfumaçado da cidade
Nos abraça e faz amar o ódio da feiúra.
Faça-nos mastigar essa carne
Crua e insossa e nos reduza a sua digestão
Da voz rouca que quase silencia
E da pouca liberdade que mingua.
Que sigamos com passos presos , serenamente ao glutião.
Aceita como verbo reticente
A suplica findoura, de um
Entre mil , dos afãs que movem a ereção da revolta.
Que na moradia da luxuria tua cara divina
Se mostre
Torpe
Gasta
E carrancuda.
Avante , contra a débil e sutil lira,
Parca e esquecida.
Para que não incorras no erro do ser.
Para que não sintas o sabor e desgarres do insípido.
Para que não sorvas e não fujas ao impuro.
Para que não “desgames” das ordens, cujas regras se amotinam
Na impávida letargia.
Ó santa vulgaridade
Perdoe-nos
Infringimos teus princípios
Mas mostrando-nos entre tuas coxas, o fel da liberdade
Reconduziu o pecado e seus pecadores de volta
Ao útero canceroso da alegria proibida.
(Felipe Pezinho/Pablo)
4 comentários:
É, Pezinho. És o nosso Bocage!
rebuscado do bom.
:D
gostei.
não adianta, só concebo a palavra intimescido aplicada a uma singular circunstância.
mas o entumescido é realmente nesse nivel q estás penssando..é a ereção da revolta....uhuuu
Distante...Efêmero...Raivoso...
Gostei...Ou melhor...Amei!
Parabéns Meninos!
Beijos,
Carol Montezuma.
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